domingo, 28 de junho de 2009

Calmantes.

Ele caminhava até mim e seus olhos se mantinham vazios, inexpressivos. Eu o fitei apreensiva, com um nó estrondoso entalado no meio de minha garganta, que não sabia se descia e se disfarçava, ou, se subia e escapava por onde pudesse. Depois de nossa última conversa – lê-se: discussão – aquilo parecia predestinado a acontecer. Mais ou menos dias. Não que por isso eu estivesse preparada, porque, de fato, eu não estava. A cada palavra que ele proferia, parecia mais como uma faca apunhalando meu coração, cada vez de maneira mais bruta e agressiva. Oh, clichê. Ora, o nó! Desenrolou-se de minha garganta, correndo o mais rápido que podia para meus olhos. Quentes, lágrimas muito quentes. Queimavam-me conforme rolavam pelos cantos de minhas bochechas – que já se encontravam vermelhas e ardentes – e caiam sobre meus lábios comprimidos. E dizer-lhe tudo o que eu sentia não parecia suficiente para que ele ficasse. Mesmo que o amor fosse recíproco. É, não. Chorei, por três horas ou mais. Depois corri, corri o mais rápido que pude para o andar de cima. Calmantes. Três. Ou seriam quatro? Com água e num copo grande. Mais algumas horas de choro desesperado. Adormeci.
 

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