quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Golden.

Acordei de meu cochilo e senti a cabeça extremamente leve, mas o corpo extremamente pesado. Ao mesmo tempo leve, a cabeça latejava de dor e meu corpo, bem... Meu corpo parecia não ter ossos. Não sentia direito minhas articulações e permaneci bons quinze minutos remexendo meu pulso e o observando, tentando entender algo. O que era eu não sabia, mas era algo.
Comecei a chorar. As lágrimas quentes escorriam pelo meu rosto e eu nem sequer estava triste ou tinha motivos, no momento, para estar. É claro que eu tenho milhares de motivos para chorar, mas naquele momento, daquela forma, eu estava me sentindo extremamente bem e confortável. Mesmo que ao mesmo tempo me sentisse incomodada. Bom, incomodada, de fato... Mas nada que sobrepusesse o meu conforto.
Levantei-me do conforto de minha cama, e por alguma razão de força maior, me sentei no chão. Parecerá um relato de uma louca, mas sorri. Sem motivo, apenas sorri. O chão era tão gelado e eu estava tão quente... Logo me arrepiei e sorri novamente por isso. Tateei pelo chão sem motivo, para sentir o gelado da madeira. Não sabia porque estava fazendo isso, mas...
De repente, parei com todos os movimentos pois me sentia extremamente cansada. Sentia, assim como Christiane, que estava perdendo todo o meu sangue, mas era só cansaço. Olhei para o lado e vi um bilhete. Peguei-o e ao ler as palavras comecei a chorar, chorar e chorar. Chorar como nunca havia chorado antes.
- Zi, acorda. São seis horas. - Levei um susto com minha mãe me acordando para que eu me trocasse e fosse para o Colégio.

"Diga à ela que não quero vê-la nem pintada de ouro. Nunca mais!" dizia o bilhete.

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Asleep.

- Eu... Eu te amo! – Supliquei batendo os pés no chão.
- Do que adianta me amar se está com outro? - Ele me questionou e senti meu coração parar por um breve instante.
- Eu darei um jeito nisso tudo... Eu prometo mas, por favor, não me deixe! - Soltei um breve gemido de dor e logo segurei sua mão, gelada como orvalho.
- Por favor, me solte! Se você ainda está com ele, é porque o ama. Caso contrário, já teria terminado com ele logo no primeiro beijo. - Ele falou de uma maneira seca e fria, fazendo com que eu pudesse sentir raiva em seus olhos. Olhos que um dia haviam sido doces e fartos de brilho.
- Mas... Tente, por favor, entender. É dificil para mim, eu o amo. Realmente amo. Mas você é diferente de tudo que eu já conheci antes. Por favor, não parta. - disse isso o trazendo para perto forçadamente.Ele tentou se soltar.
Não sei porque, de repente, aquilo estava acontecendo comigo, com ele, com nós...
- Entenda isto então: eu vou partir com ou sem você. - James deixou uma lágrima escapar. Apenas uma e única lagrima desceu por seu rosto angelical... “Angelical” não seria a palavra mais apropriada mas, para mim nesse momento, ele tinha expressão de um anjo inocente e doce.
Abracei-o mais forte que consegui. Não queria que aquilo terminasse daquele jeito. Não era para ser assim! Nós éramos felizes juntos.
Supliquei em seu ouvido:
- Não vá!! Fique. Eu terminarei com Charlie ainda hoje, eu preciso de você para viver, James, por favor...
Encarei seus olhos azuis que instantaneamente voltaram a brilhar como no dia em que o vi pela primeira vez. Aproximei-me um pouco e pude sentir sua respiração falha. Coloquei então, uma mão em seu peito e pude sentir seu coração batendo acelerado. Levei sua mão até o meu peito e disse novamente:
- Quando estou com você meu coração se acalma, mas por alguma razão não posso deixar de ficar sem ter você. Por alguma razão, eu fico feliz quando você pronuncia meu nome. Por alguma razão James, eu te amo.
- Cath...eu te amo. - Ele falou com um sorriso falho no rosto, logo em seguida colocando suas mãos em volta do meu pescoço e fazendo com que eu me aproximasse dele mais um pouco. Coloquei minhas mãos em volta de sua cintura o trazendo para perto e em seguida espalmando minha mão em seu peito.
Nossos lábios roçavam sem pressa. Não queria beijá-lo ainda e gostava de sentir seus lábios novamente. Aquele foi um dos momentos mais felizes da minha vida, com certeza.
James começou a me beijar delicadamente, e com os passar dos segundos foi aprofundando o beijo. Coloquei uma mão embaixo de sua blusa, passando a ponta do dedo delicadamente nas suas costas, fazendo com que tivesse arrepios.
James parou o beijo olho em meus olhos e disse:
- Desculpe-me Cath,mas eu não posso mais aguentar isso.
James partiu.
Permaneci parada, estática o resto do dia. A tarde se seguiu e eu ainda estava parada na estação sentindo seus lábios nos meus, sentindo suas mãos na minha cintura.
Conforme a noite foi surgindo, percebi que era hora de ir para casa.
Não conseguiria cumprimentar Charlie, muito menos olhar em sua cara. E agradeci mentalmente por ele não estar em casa quando cheguei.
Apenas entrei, subi as escadas e entrei na banheira. Não me preocupei se estava de roupa ou não, queria ficar um tempo lá, um tempo sozinha pra no que eu fizera para que tudo chegasse a esse ponto.
Eu disse para James desde o inicio que não iria dar certo... Que....Oh meu Deus! Eu sempre soube que amava James, mas nunca pensei que fosse dessa maneira, nunca pensei que ele fosse fazer isso comigo.
Liguei o radio e lá estava tocando uma musica dos Smiths que eu particulamente acho linda: Asleep. O inevitável aconteceu: Afundei na banheira e comecei a chorar como uma criança que não conseguiu o que queria, comecei a tirar minha roupa e abracei meus joelhos, ainda sentada na banheira.
Passei a noite toda na banheira. Chorando e ouvindo “Asleep”.
Quando Charlie chegou, estranhou eu não estar na cama e foi procurar na casa.
Notei que ele era burro demais para entrar no banheiro e fui obrigada a levantar. Coloquei minha calcinha e fui atrás dele.
- Charlie, estou aqui. - disse tentando esconder o olho vermelho e a voz falha.
- Cath...queria te dizer que não posso mais aguentar ficar aqui com você.
Sorri falsamente, rindo ironicamente por dentro, e apenas concordei com a cabeça.
Abri a porta e disse:
-Você só me fez mal, mas era um mal que eu gostava.
Fechei a porta e voltei a chorar.

Texto por: Sofia Bheatrice.
Correção e contribuição: Natália Facchini.

 

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